O COMEÇO DA HISTÓRIA [1]

não me entendo as vezes, me pergunto porque isso? porque aquilo? e agora por onde começar? falar dele como se fosse um estranho, ou falar dele como se conhecesse desde a época de nascimento?
Ele era forte, sim acredito que pra ser forte não se desiste, e isso pelo menos ele nunca fez. Tinha um olho tão belo, combinava bem com aquele par de sobrancelhas, ele morava em uma cidade pacata do interior, simples, pequena e cheia de coisas normais. E ele não gosta disso, pelo que sei ... é  capaz de virar tudo de cabeça pra baixo pra fazer as coisas serem diferentes. Na verdade ele era em si uma das pessoas mais diferentes que eu havia conhecido.
Tinha tanto medo de cobra, coisa comum não é? Chorava por besteiras, sorria também por isso. Muito chato as vezes, muito as vezes mesmo, parecia louco ... Mas não era, ou melhor ... Ainda penso muito nisso.
Não quero tratar mais ele assim, sem nome ... sem nenhum adjetivo fixo. Talvez eu possa chamar ele de "nada", mais seria um apelido muito valioso pra ele, pois ele era bem menos que isso.
Sentado na calçada vendo as pessoas passar, com um caderno na mão, escrevendo coisas, depois rasgava tudo, e assim começa a história; Não que eu acha que isso seja um começo, mas que as coisas estavam assim pré estabelecidas, por ele mesmo. Também sei que ninguém vai parar pra ler essa historia (será que é mesmo uma história?), mas eu vou continuar a escrever, pois sei que posso trazer de volta aquilo que quase perdi.